segunda-feira, 29 de julho de 2013

E quem disse que o dinheiro não importa!

Olá.

Bem, se levei um tempo para escrever meu primeiro relato internacional, acabei repetindo o processo no meu segundo relato internacional, ou melhor, o primeiro de três de uma viagem, rs.
Ainda há outra semelhança com o post internacional anterior. O lugar visitado não é um típico parque natural, mas lugares que mesclam natureza com peculiar intervenção humana, tornando um local, digamos, híbrido: com partes naturais, mas também partes históricas e arqueológicas preservadas. E é mais ou menos assim que o "Deering Estate At Cutler" se intitula.
Localizado em Biscayne Bay, Miami, o local abriga um dos primeiros hotéis da região e que mais tarde fora propriedade de um industrial recém chegado de Chicago. O local possui várias atrações desde passeios nas trilhas, passeios de canoa, visita guiada no casarão, entre outras que podem ser consultadas no site: http://www.deeringestate.com/index.aspx. Optamos por iniciar o passeio pela visita guiada. Como já dito o casarão foi um dos primeiros hotéis da região administrado por uma família, mas que ficou famoso após ser adquirido no início do século passado pelo industrial Charles Deering devido as alterações feitas por ele no local.
A primeira delas, e mais famosa, foi a construção do casarão adjacente ao antigo hotel, em estilo espanhol, feito praticamente todo em pedra chamado de Casa de Pedra. O interessante é que foi utilizado um tipo de rocha local, aliás, o único tipo de rocha encontrado nessa baía, conhecido como rockland hammock. De acordo com história Deering também aterrou parte da baía, a fim de deixá-la maior,  e transferiu a principal estrada da época, que passava em frente do até então hotel, para os fundos da propriedade. Tudo o que o dinheiro pode comprar seja para o particular, seja para o público.


Outras particularidades do casarão ficam por conta da enorme adega feita em um tipo de cofre, por conta da lei seca, que ficou trancada durante décadas, pois seus herdeiros perderam a chave, e de um dos primeiros elevadores instalados nos EUA que ainda funciona e durante a visita orientada você pode utilizá-lo!



Após a visita nas construções resolvemos fazer uma caminhada pelas pequenas trilhas ao redor da propriedade. São de fácil acesso e bem sinalizadas e com placas descrevendo algumas plantas e características da floresta nativa. Guardadas proporções lembra bastante nossas matas próximas a restinga. Vale lembrar que Miami fica no estado da Flórida próximo de regiões caribenhas. Em meia hora, no máximo quarenta minutos, é possível fazer o trajeto da pequena trilha que escolhemos, que é bem preservada e com possibilidade de ouvir e até ver aves bem perto de nós.
É um lugar muito bonito, preservado e ideal para um passeio com a família, ou amigos mesmo, em uma tarde de primavera ou verão. Há também locais para fazer agradáveis picnics, o que parece ser bem comum por ali.

Fica a primeira dica internacional dessa viagem e nos vemos no próximo post!
Abraços.

sábado, 29 de junho de 2013

Antes tarde do que mais tarde...

Primeiramente queria dizer porque escolhi esse título. Esse post está sendo protelado há uns 3 meses, uma vez que essa trilha foi feita em um final de semana de março.
Mas, vamos ao que interessa.
Depois de algum tempo retornei ao Parque da Serra do Mar, mais especificamente ao Núcleo Santa Virgínia. Conhecido como o mais estruturado do parque, a entrada do referido núcleo se localiza a alguns metros antes do início da Serra de Taubaté no sentido Ubatuba.

Realmente seria tudo de bom se todos os parques do país tivessem tal estrutura com vestiários para visitantes e uma base de apoio com alojamentos, cozinha e salas de reuniões para equipes de pesquisa bem montados.
A trilha que fizemos é a Pirapitinga com 5,6 km de extensão. Essa trilha mistura trechos bem conservados com outros em regeneração, pontos com declives e proximidade a rios. Não é a toa que o nome dado a trilha seja referente a um peixe encontrado na região...
O início da trilha, próximo a sede do núcleo, possui um pequeno trecho de mata mais aberto decorrente das antigas instalações da fazenda no qual pertencia boa parte da área do núcleo. Por conta disso o trajeto é de fácil acesso. Após o primeiro quilometro de caminhada, a trilha é margeada por um pequeno trecho do rio Paraibuna onde é possível fazer uma pequena parada para apreciar a beleza local, uma vez que a vegetação já apresenta o perfil característico da Mata Atlântica de serra.

Porém, o melhor local para descanso fica mais adiante com uma hora e quarenta de caminhada. Nesse trajeto o terreno fica um pouco mais sinuoso e com subidas e descidas. Mas vale a pena, pois esse principal ponto de descanso é muito legal seja para comer, nadar, fotografar e até dar uma cochilada, porque não! Essa diversidade de opção deve-se a uma grande e bela formação rochosa cortada pelo rio com diversas ranhuras moldadas pela água ao longo dos anos.

Vale a pena dispender meia hora ou quarenta minutos no lugar!!!
A trilha continua muito parecida com o trecho que antecede a chegada na principal área de descanso. A conservação do  local pode ser facilmente identificada pela densidade da mata e a presença de animais. Para além das aves que sempre é possível encontrá-las, ou pelo menos de ouvi-las, tivemos a sorte de deparar com uma pequena cobra e sapos durante o percurso. 
                                

A trilha termina na parte de baixo da sede do núcleo que pode ser facilmente identificado pelos pontos em regeneração na borda da mata, assim como o solo com gramas similar a parte inicial. Vale destacar que não é preciso ir e voltar pelo mesmo caminho, o que, a meu ver, sempre é mais legal ao fazer trilhas. Para quem está acostumado é uma trilha tranquila e gostosa. Embora no verão as chuvas são frequentes na região, acredito que um banho de rio no ponto principal de descanso deve valer muito a pena.
No dia seguinte tínhamos agendado outra trilha em outra entrada do núcleo. Porém, a chuva inviabilizou o passeio de forma que tivemos que abortá-lo... Mas ficou em aberto o retorno para a região devido aos contatos que fizemos.

Ta aí mais uma dica e até a próxima trilha!



quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Quando a ferrugem insiste em se manter...

Olá!!!

Após longo hiato confesso que é difícil resgatar as postagens com a mesma pegada... Embora não seja espaço para o lado profissional devo admitir que esse tempo foi decorrente do envolvimento no trabalho.

Bem, vamos ao que interessa.
O destino dessa vez foi um lugar próximo. Tão próximo que não dá para acreditar no que encontramos por lá. Simplesmente um resquício de cerrado nas mediações da região metropolitana de São Paulo, o Parque Estadual do Juquery. Situado entre os municípios de Franco da Rocha e Caieiras, o parque possui uma área de pouco mais de 2.000 km quadrados que podem ser percorridos praticamente num único dia. A principal atração é o Ovo da Pata. Ponto mais alto do parque de onde é possível ver parte da Serra da Cantareira e do Pico do Jaraguá.

A sede do parque guarda vestígios daquilo que um dia foi uma fazenda. Construções coloniais - tombadas pelo CONDEPHAAT - se misturam com as típicas instalações de Unidades de Conservação do Estado em um amplo espaço com área de lazer para família e visitantes em geral. O legal do lugar, devido ao seu tamanho, é que uma trilha pode fazer ligação com outras. Assim, decidimos iniciar a caminha até o Ovo da Pata pela trilha dos pitus no sentido do mirante. Esse mirante é uma torre de observação com 20m de altura e 4 platôs que serve como ponto de descanso e observação para os visitantes e de vigia para os guardas, devido a proximidade com a cidade e com os incêndios. Não mais do que 40 minutos são necessários para chegar até o mirante de onde é possível visualizar a entrada do parque e parte das trilhas que o recortam. Pelo caminho se vê vestígios de estruturas que antecederam ao parque como campo de futebol, pista de pouso e pista de cross. Há também dois quiosques e banheiros que funcionam como ponto de apoio ao turista. Esses construídos para o parque.
A torre serviu como um bom lugar para lanche tanto pela sombra que proporciona quanto pela vista. O guarda nos sugeriu seguir para o Ovo da Pata pela trilha da árvore solitária e seguir sentido parte baixa do parque, passando por dois lagos, um deles forma uma pequenina queda d`água em um local que ainda apresenta marcas de ocupação rural, depois seguir por uma subida com eucaliptos do lado esquerdo da trilha já retornando a área de cerrado. A subida até o Ovo pode ser feita por uma trilha mais ingrime que bifurca à direita da trilha principal ou por outra menos ingrime no sentido da trilha principal, porém mais longa devido a sinuosidade. A ideia, segundo o guarda, e que confirmamos, é evitar fazer o mesmo trajeto de ida e volta. Optamos subir pela trilha ingrime. Quero registrar que um pouco antes desse ponto ficamos sob uma forte chuva de verão e quando chegamos ao ponto mais alto o céu estava um pouco encoberto. Mas, não demorou à abrir e assim avistamos todo o entorno.
O peculiar do visual fica por conta do contraste entre a vegetação que resiste, seja pelos paredões das serras, seja pela tímida política de preservação, e a cidade que a subjuga insistentemente. De um lado se avista a Serra da Cantareira com seu contínuo rochoso a perder de vista. Do outro o Pico do Jaraguá. Tão perto que dá a impressão que se pode tocá-lo..... Essa beleza é quebrada pelos bairros carentes que se embrenham entre os morros transformando o verde num colorido sem brilho. Outro detalhe são os presídios. Franco da Rocha abriga diferentes sistemas prisionais ou de reabilitação. Do alto se vê os telhados de construções repleta de pessoas que provavelmente veem o parque por um prisma distinto do nosso... 
Como não se bastasse a dificuldade natural de tirar a ferrugem dos meses sem caminhadas, na volta antes de passar pelo campo, uma nova chuva, agora com granizo nos compeliu a se proteger nos quiosques. Após a chuva seguimos pela trilha que vai até os lagos. Um deles é bem grande e com certeza o mais bonito. Dizem que dependendo do horário é possível avistar alguns animais se banhando ou bebendo água. Aliás, embora pequeno, o parque abriga algumas espécies de animais como veado, onça parda e outras típicas de cerrado. O que denota sua importância na região. Em um dos pontos da trilha encontramos o que provavelmente venha a ser pegadas de jaguatirica.

De acordo com as informações esse trajeto feito para ir e voltar ao Ovo da Pata tem em torno de 14km.

Se estiver a fim de um passeio perto e sem gastar muito, o Parque do Juquery é um ótima opção. Vale registrar que é também um bom lugar para bikes!

Abraços e até a próxima trilha!!!

terça-feira, 5 de junho de 2012

Tudo por uma causa.....

Olá.

Para não deixar passar o semestre em branco resolvi fazer um role diferente nesse fim de semana. Como o título já sugere, a trilha nesse último fim de semana foi dedicada à sustentabilidade!
Não farei aqui nenhum parenteses a respeito desse tema, que obviamente tem sido muito discutido nos últimos anos. Assim, vamos ao que interessa.
O registro dessa vez é sobre uma trilha noturna no Parque Alfredo Volpi no último sábado dia 02/06/2012. É uma iniciativa da prefeitura, por meio da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, coordenada pela: Equipe Trilhas Urbanas. A ideia é promover uma ação ambiental em alguns parques urbanos com o intuito de valorizar esses espaços e proporcionar uma outra relação da população com o ambiente em que vivemos. Que, cá para nós, anda bem depauperado... Para conhecer mais o trabalho deles acesse: http://www.equipetrilhasurbanas.pro.br/
Como estávamos na Virada Sustentável, essa trilha foi feita de noite, obviamente!
Por ser um parque urbano, cravado no meio do bairro do Morumbi, não encontramos tantos atrativos quanto naqueles estaduais ou nacionais. Mas, podemos dizer que esse, em especial, tem vestígios do que foi aquele lugar antes da urbanização, o que torna possível uma relação com a natureza mais preservada. De acordo com os guias existem bastante aves, répteis e até pequenos mamíferos por lá.
Foi um passeio de quase duas horas com algumas paradas para interpretações que vão desde explicações sobre a flora local, histórias do parque, até contos folclóricos. Os monitores são bem preparados e animados o que é importante quando se trata de ter um grupo heterogêneo como os que participam dessas atividades. Além disso, a noite estava agradável com uma linda lua e por ter sido uma experiência diferente próximo de casa.

  


Fica a dica para aqueles mais tranquilos. No site da equipe é possível saber quais os locais e as datas dos próximos passeios.

Até mais!!!

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Onde a fronteira é apenas um detalhe....

Olá pessoal.

Após um hiato, por conta das férias, estamos com novos lugares para divulgar.

O destino foi a divisa dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O objetivo foi conhecer um dos lugares que há muito tempo anotei na minha lista: o cânion Itaimbezinho.
Para isso é necessário rodar cerca de 1000 km saindo de sampa..... ufa. A região possui dois parques nacionais: o Aparados da Serra e o Serra Geral. Assim, se você for para aquelas "bandas" deve visitar ambos!!
A parte alta dos cânions pertence à Rio Grande do Sul e a parte baixa à Santa Catarina. Porém, quando se trata de belezas naturais como essas pouco importante a geografia política. Há dois caminhos para as entradas principais dos parques, que ficam na parte alta dos cânions. O mais perto é entrando em Praia Grande, uma das últimas cidades de SC e seguir sentido Cambará do Sul pela serra. A maior parte da estrada é de chão, que está bem conservada, mas como é muito pedregoso um carro baixo pode receber umas pedradas.... Outro caminho é pegar a rota do sol - sentido Caxias do Sul - sentido Cambará do Sul. É mais longo, porém todo asfaltado e com belas paisagens também.
Como fomos direto para Cambará do Sul, decidimos conhecer primeiro o cânion Fortaleza no Parque Serra Geral. Nessa época do ano é recorrente haver muita neblina nos cânions por conta da alta umidade e de acordo com os locais esse cânion costuma ser o mais difícil de conseguir ter boa visibilidade.
O parque tem pouca infra-estrutura e não cobra taxa de entrada. Há apenas uma cancela onde um guarda faz um controle dos veículos que acessam o parque. A estrada que liga Cambará do Sul até o parque não é muito boa o que necessita ir devagar com carro de passeio comum. Na verdade ela está sendo pavimentada, o que não é muito bom decorrente da pouca infra-estrutura que o parque possui. O estacionamento fica próximo de uma das escarpas do cânion e a caminhada até a fenda é leve e rápida. Na verdade é possível chegar muito próximo a escarpa, pois em nenhum ponto há proteção ou um deck de observação. Se por um lado permite uma relação mais intensa com o visual, por outro, se torna perigoso, principalmente se o acesso ao local for facilitado.
Tivemos que ter paciência para conseguir avistar algo, pois estava nublado não sendo possível ver o outro lado do paredão. Decidimos fazer uma trilha que da acesso a um dos pontos mais altos do cânion e esperar, por lá, o tempo abrir um pouco. Valeu a pena esperar. O tempo deu uma limpada e foi possível ver o primeiro ponto aonde estávamos e ter noção do caminho percorrido e também do quanto subimos. A trilha é tranquila e leva uns 40 minutos. De lá, olhando na direção contrária é possível ver o litoral. Mas, como estava um pouco fechado não conseguimos avistar o mar..... Mas, só de sentar e observar o cânion já da muita paz e já vale o passeio. A imensidão da parede é algo indescritível. Em um dos pontos pode-se avistar uma enorme queda d'água.
Uma vez feita a parte alta do cânion Fortaleza nosso próximo destino foi o Parque Aparados da Serra para conhecer o Itaimbezinho. O parque cobra seis reias por pessoa e cincor reais por veículo. Mas, a visibilidade era zero por conta da forte neblina. Embora, naquele momento, estivéssemos chateados com isso, a experiência de observar a névoa que se forma dentro do cânion é interessante. Alguns guias, que levavam turistas para o local, davam explicações de como se dá tal processo.
Mediante situação e como o Parque Aparados da Serra não abre de segunda e terça-feira, decidimos fazer passeios na parte de baixo ou fora do parque. Com um guia fomos primeiro conhecer o Pico da Pedra Branca, que não pertence a nenhum dos parques. São quatro horas de trilha (ida e volta), sendo que boa parte dela é subida, e que subida!!! Não dá para ir sem um guia, pois tem trechos complicados e a segurança é fundamental nessa trilha, além de necessitar de um bom preparo físico também. Contudo, a vista recompensa o esforço e na volta quando você olha novamente para a Pedra não acredita que conseguiu chegar até lá. O lugar tem tão pouco movimento que tivemos a oportunidade de ver três cobras (duas jararacas), vários lagartos e duas caranguejeiras, fora as aves que são de praxe. Mas, em um mesmo ponto encontrar uma jararaca e duas caranguejeiras, foi a primeira vez que vi isso!!! Detalhe: leve protetor solar, pois não tem sombra nenhuma lá em cima e se estiver sol no dia vai queimar, e muito. Uma dica: na estrada você vai passar por uma comunidade Quilombola onde um dos moradores tem plantação de morango. Você pode tomar um delicioso suco de morango baratinho. O guia vai comentar com certeza!!!

No dia seguinte optamos por um passeio na parte de baixo, subindo rio, de outro cânion que fica dentro do Parque Serra Geral, o Malacara. Nunca tinha feito esse tipo de trilha em que o tempo todo você vai cruzando o rio. Como na região tem rocha para todo lado, o leito do rio é formado pelo fragmento de grandes rochas, em outras palavras, o rio é só cascalho. Assim, tem trechos que se o nível estiver alto fica impossível atravessá-lo, por isso é importante ter um guia. Outra coisa, não leve nada que tenha que ser carregado nas mãos, você com certeza vai deixar cair no rio nos trechos mais fundos em que exige mais cuidado para atravessar. Vá de mochila, e só! Como esses passeios ficam na parte de baixo dos cânions, próximos a cidade de Praia Grande, você vai precisar fazer contato com alguma das agências de turismo da cidade, pois eles sabem das condições dos rios e das trilhas, principalmente no verão quando há mais chuvas na região. O objetivo dessa trilha é subir parte do rio que corta o referido cânion e poder avistar seus paredões por baixo, o que dá uma sensação diferente de quando se olha da parte alta da grandeza dessas formações. Depois de uma hora e meia de caminhada chega-se em uma pequena cachoeira que forma uma ótima piscina para banho com água super gelada, é claro!!! O caminho da volta é o mesmo, assim, em mais ou menos quatro horas, incluindo o banho na piscina, é possível fazer esse passeio. Há outra trilha semelhante e de maior nível que é a trilha do Rio do Boi. Na verdade é a mais famosa na parte de baixo dos cânions, onde o trajeto é dentro do cânion Itaimbezinho. Ficamos inclinados a fazê-la também, mas não podíamos voltar sem visualizar esse cânion do seu ponto mais famoso que é justamente na parte alta.

Diferente do primeiro dia em que a visibilidade era zero, em nosso último dia de viagem podemos desfrutar de todo visual que o lugar oferece e ter maior noção de como a massa de ar carregada fecha toda a fenda! O Fortaleza é imponente, mas o Itaimbezinho é sem dúvida o mais bonito. A infra-estrutura do parque ajuda, no que diz respeito a ter vários pontos de observação. Além disso, o local escolhido também é estratégico, pois possibilita caminhar pelas duas escarpas do cânion. Tem duas trilhas auto guiadas. A menor com 1,5 km chamada de Vértice, onde é possível observar a linda cachoeira das Andorinhas, que forma abaixo o Rio do Boi, e que deve ter recebido esse nome justamente por ser a trilha em que margeia a junção das escarpas do cânion.

A outra trilha, chamada de Cotovelo, é mais longa e tem torno de 6 km (ida e volta). De fácil acesso, seu maior trecho é feito pela estrada parque na parte em que tem vegetação mais alta. Ao chegar na borda do cânion há um mirante que permite ter uma visão geral do lugar. A trilha continua margeando essa borda indo até o limite do parque. Em vários pontos pode-se parar para observar a beleza de um dos cânions mais famosos do país.
Acho que fomos privilegiados de poder ver o cânion em situações distintas e presenciar um fenômeno natural comum naquele lugar.

Bem, fica mais uma dica de um ótimo lugar para se conhecer. Há pousadas, albergues, lanchonetes e restaurantes com preços acessíveis. Mas, se procura um aconchego não falta pousadas típicas de regiões para aqueles que gostam de curtir um friozinho a dois, principalmente em Cambará do Sul. Para além disso, a natureza do entorno é ímpar e vale a pena todo esforço para conhecer as diversas atrações existentes. Então, pé na estrada!!

Logo mais postarei outras fotos na minha página do flikr: http://www.flickr.com/photos/fotos_ado

Abraços e até a próxima!

domingo, 31 de julho de 2011

Uma alternativa para um lugar já consagrado!!!

Olá.

Como podem ver temos uma sequência de postagens!!!
Digamos que será uma postagem excepcional por não ser um parque. Mas, é uma área de proteção ambiental que segundo as fontes foi preservada em função das espécies de libélulas que habitam-na. Além disso, fica em uma região turística importante e com um tipo de trajeto inédito para mim.
A trilha se chama Mirantes da Serra, em Tiradentes. É uma pequena travessia na Serra de São José com duração de cinco a seis horas, dependendo do grupo, com 13 kms, aproximadamente. Ao olhar da cidade tive a impressão que nesse espaço de tempo não seria possível fazer esse trajeto.........mas, o barato está aí, né? E é por isso que fiz questão de fazer esse registro. Ou melhor, esse foi um dos motivos. Outro foi por ao longo do percurso ser possível passar por diferentes, e bem destacados, tipos de ecossistemas. A trilha, ao sair da área urbana, inicia em área de Mata Atlântica de encosta. Obviamente, pela proximidade com a cidade, encontra-se alterada, com um trecho ou outro preservado. Nesse ponto o destaque fica para a calçada dos escravos, que é uma parte composta por uma estrada de pedra feita pelos escravos no período colonial. Assim, a caminhada é facilitada, porém, interessante de se conhecer. Ao final do calçamento você chega no Campo Rupestre, que é quando inicia a caminhada no platô da serra. Sou suspeito quando se trata de Campos Rupestres. Adoro!! Acho que é a melhor vegetação para se caminhar, fotografar e observar. Tem uma diversidade apreciável e que permite que você veja a profundidade/horizonte do ambiente, além de sempre estar associado as matas ciliares e campos de altitude.....sem dizer nas diversas formações rochosas.......prefiro que as fotos mostrem o que tento dizer!!!

Como estamos no alto da serra é possível ver Tiradentes e outras serras de lá, como as serras de Carrancas e de Ibitipoca!!! Obviamente que, se o tempo permitir, qualquer um desses pontos de observação é um ótimo local para o lanche, ou para apenas ficar refletindo e olhando para o horizonte.......
A trilha segue para a outra encosta do serra, onde fica a vegetação Campos de Serra. Bem mais homogênea que os outros trechos, o ritmo nessa parte fica um pouquinho mais rápido. No nosso caso, em especial, porque é um trecho onde há menos interpretação de ambiente, uma vez que nosso guia procurava fazer com certa frequência esse exercício. Aliás, por coincidência, já conhecia o nosso guia (Juliano), ao fazer uma viagem para Carrancas em 2004. De guias locais (aqueles que nascem na região e buscam esse tipo de trabalho), ele é um dos que mais procura fazer intrepertações de trilha!!!
A parte dos Campos termina em um vale muito bonito que nos leva a uma cachoeira e uma piscina natural que eles chamam de Manguezal. Sinceramente, não sei o porque desse nome. Eles também não souberam me dizer........Mas, para um dia quente, é um ótimo local para banhos.

Daí em diante o trajeto é feito margeando áreas particulares em meio a mata ciliar já bastante alterada. Ao chegar em outra parte da cidade e olhar para trás, fica a impressão que as seis horas foram rápidas demais para conseguir atravessar a serra que se impõe ao fundo.


Se um dia passar em Tirandetes, mais do que visitar igrejas e prédios históricos, você tem essa opção muito agradável, por sinal. A cidade é previlegiada por sua história, mas também por um belo entorno natural parcialmente preservado.


Um abraço à todos.

Tão próximo, mas impossível de se ver.....

No último dia 22 de julho estive no Parque Nacional do Itatiaia. Fui por Itamonte, uma cidade em Minas Gerais com no máximo 15.000 habitantes. A estrada que vai até o parque fica uns 15 kms da cidade por uma serrinha que segue na direção Rio de Janeiro via Dutra. O turismo da cidade é mais de aventura mesmo, pois, embora esteja na rota da Estrada Real, não possui patrimônios históricos como em outras cidades famosas.

É necessário rodar mais uns oito kms em estrada de terra para chegar na portaria do parque. O primeiro trecho está conservado, mas o segundo tem bastante cascalhos grandes e com um carro convencional é preciso ir bem devagar......devagar mesmo! A entrada no parque custa 11 reais, e se você notificar que voltará no dia seguinte, você pode comprar na mesma hora o segundo ingresso por cinco reais. Mas, só se você fizer isso no primeiro dia, porque se retornar no dia seguinte sem ter a entrada antecipada paga, vai pagar os 11 reais!
Há uma estrada principal que leva para as diferentes trilhas que tem nesse núcleo, que é o posto avançado Agulhas Negras. Como não tenho prática, e não sei se coragem para escaladas simples, optamos em ir para as Prateleiras, até porque o tempo estava muito fechado. Fazia muito frio!!! Como a melhor época para conhecer a região é no outono/inverno é sempre bom levar roupas para esse tipo de local como luvas, corta vento, segunda pele, etc.



Ao sair da estrada principal, a trilha que leva para as Prateleiras é uma típica trilha de montanha, bem aberta e com trechos que é preciso passar por pequenas formações rochosas. Mesmo com a temperatura baixa é possível ouvir e avistar alguns passáros de pequeno porte comuns na região. Segundo o guia (Jonatas) é comum também encontrar um sapinho vermelho e preto que tem no parque e em toda região, no que diz respeito as áreas mais elevadas. Antes de chegar no trecho que dá acesso as Prateleiras, há uma pequena gruta que em dias como este serve para um descanso e um lanche.
Até a base das Prateleiras gastamos por volta de duas horas e segundo o guia seria mais meia hora para subir no ponto mais alto delas. Infelizmente, devido a pouca visibilidade, não foi possível fazer essa segunda parte. Estava muito encoberto mesmo! Para se ter uma ideia, não deu para ver o Pico das Agulhas Negras, que é quinto ponto mais alto do país!! Porém, não deixa de ser uma experiência interessante, estar próximo a pontos elevados e não conseguir avistá-los. Só foi possível ter uma noção do que são as Prateleiras quando estava retornando, pois de vez em quando havia um ponto de claridade entre as nuvens. O parque é bonito e com boa infra-estrutura que faz jus a sua fama. Independente da trilha que pretenda fazer por lá, vale a visita pela questão histórica do parque, uma vez que foi o primeiro parque nacional no Brasil. Entendo como um incentivo a políticas de conservação de áreas como estas. Apenas fazendo um parênteses; viajei alguns quilômetros pela região, via Estrada Real, e confesso que o relevo é magnífico, porém, muito da cobertura vegetal original foi retirada o que deixa uma paisagem, por vezes, monótona.

Ir até esses lugares e ter que voltar devido ao tempo é natural e faz parte. Como já feito em outro registro aqui, isso acontece e pode estimular um retorno de modo que acabamos tendo uma nova experiência num mesmo lugar. Assim, pretendo, se possível em breve, trazer um novo registro desse mesmo parque aqui para vocês.


Um abraço!!!