segunda-feira, 29 de julho de 2013

E quem disse que o dinheiro não importa!

Olá.

Bem, se levei um tempo para escrever meu primeiro relato internacional, acabei repetindo o processo no meu segundo relato internacional, ou melhor, o primeiro de três de uma viagem, rs.
Ainda há outra semelhança com o post internacional anterior. O lugar visitado não é um típico parque natural, mas lugares que mesclam natureza com peculiar intervenção humana, tornando um local, digamos, híbrido: com partes naturais, mas também partes históricas e arqueológicas preservadas. E é mais ou menos assim que o "Deering Estate At Cutler" se intitula.
Localizado em Biscayne Bay, Miami, o local abriga um dos primeiros hotéis da região e que mais tarde fora propriedade de um industrial recém chegado de Chicago. O local possui várias atrações desde passeios nas trilhas, passeios de canoa, visita guiada no casarão, entre outras que podem ser consultadas no site: http://www.deeringestate.com/index.aspx. Optamos por iniciar o passeio pela visita guiada. Como já dito o casarão foi um dos primeiros hotéis da região administrado por uma família, mas que ficou famoso após ser adquirido no início do século passado pelo industrial Charles Deering devido as alterações feitas por ele no local.
A primeira delas, e mais famosa, foi a construção do casarão adjacente ao antigo hotel, em estilo espanhol, feito praticamente todo em pedra chamado de Casa de Pedra. O interessante é que foi utilizado um tipo de rocha local, aliás, o único tipo de rocha encontrado nessa baía, conhecido como rockland hammock. De acordo com história Deering também aterrou parte da baía, a fim de deixá-la maior,  e transferiu a principal estrada da época, que passava em frente do até então hotel, para os fundos da propriedade. Tudo o que o dinheiro pode comprar seja para o particular, seja para o público.


Outras particularidades do casarão ficam por conta da enorme adega feita em um tipo de cofre, por conta da lei seca, que ficou trancada durante décadas, pois seus herdeiros perderam a chave, e de um dos primeiros elevadores instalados nos EUA que ainda funciona e durante a visita orientada você pode utilizá-lo!



Após a visita nas construções resolvemos fazer uma caminhada pelas pequenas trilhas ao redor da propriedade. São de fácil acesso e bem sinalizadas e com placas descrevendo algumas plantas e características da floresta nativa. Guardadas proporções lembra bastante nossas matas próximas a restinga. Vale lembrar que Miami fica no estado da Flórida próximo de regiões caribenhas. Em meia hora, no máximo quarenta minutos, é possível fazer o trajeto da pequena trilha que escolhemos, que é bem preservada e com possibilidade de ouvir e até ver aves bem perto de nós.
É um lugar muito bonito, preservado e ideal para um passeio com a família, ou amigos mesmo, em uma tarde de primavera ou verão. Há também locais para fazer agradáveis picnics, o que parece ser bem comum por ali.

Fica a primeira dica internacional dessa viagem e nos vemos no próximo post!
Abraços.

sábado, 29 de junho de 2013

Antes tarde do que mais tarde...

Primeiramente queria dizer porque escolhi esse título. Esse post está sendo protelado há uns 3 meses, uma vez que essa trilha foi feita em um final de semana de março.
Mas, vamos ao que interessa.
Depois de algum tempo retornei ao Parque da Serra do Mar, mais especificamente ao Núcleo Santa Virgínia. Conhecido como o mais estruturado do parque, a entrada do referido núcleo se localiza a alguns metros antes do início da Serra de Taubaté no sentido Ubatuba.

Realmente seria tudo de bom se todos os parques do país tivessem tal estrutura com vestiários para visitantes e uma base de apoio com alojamentos, cozinha e salas de reuniões para equipes de pesquisa bem montados.
A trilha que fizemos é a Pirapitinga com 5,6 km de extensão. Essa trilha mistura trechos bem conservados com outros em regeneração, pontos com declives e proximidade a rios. Não é a toa que o nome dado a trilha seja referente a um peixe encontrado na região...
O início da trilha, próximo a sede do núcleo, possui um pequeno trecho de mata mais aberto decorrente das antigas instalações da fazenda no qual pertencia boa parte da área do núcleo. Por conta disso o trajeto é de fácil acesso. Após o primeiro quilometro de caminhada, a trilha é margeada por um pequeno trecho do rio Paraibuna onde é possível fazer uma pequena parada para apreciar a beleza local, uma vez que a vegetação já apresenta o perfil característico da Mata Atlântica de serra.

Porém, o melhor local para descanso fica mais adiante com uma hora e quarenta de caminhada. Nesse trajeto o terreno fica um pouco mais sinuoso e com subidas e descidas. Mas vale a pena, pois esse principal ponto de descanso é muito legal seja para comer, nadar, fotografar e até dar uma cochilada, porque não! Essa diversidade de opção deve-se a uma grande e bela formação rochosa cortada pelo rio com diversas ranhuras moldadas pela água ao longo dos anos.

Vale a pena dispender meia hora ou quarenta minutos no lugar!!!
A trilha continua muito parecida com o trecho que antecede a chegada na principal área de descanso. A conservação do  local pode ser facilmente identificada pela densidade da mata e a presença de animais. Para além das aves que sempre é possível encontrá-las, ou pelo menos de ouvi-las, tivemos a sorte de deparar com uma pequena cobra e sapos durante o percurso. 
                                

A trilha termina na parte de baixo da sede do núcleo que pode ser facilmente identificado pelos pontos em regeneração na borda da mata, assim como o solo com gramas similar a parte inicial. Vale destacar que não é preciso ir e voltar pelo mesmo caminho, o que, a meu ver, sempre é mais legal ao fazer trilhas. Para quem está acostumado é uma trilha tranquila e gostosa. Embora no verão as chuvas são frequentes na região, acredito que um banho de rio no ponto principal de descanso deve valer muito a pena.
No dia seguinte tínhamos agendado outra trilha em outra entrada do núcleo. Porém, a chuva inviabilizou o passeio de forma que tivemos que abortá-lo... Mas ficou em aberto o retorno para a região devido aos contatos que fizemos.

Ta aí mais uma dica e até a próxima trilha!



quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Quando a ferrugem insiste em se manter...

Olá!!!

Após longo hiato confesso que é difícil resgatar as postagens com a mesma pegada... Embora não seja espaço para o lado profissional devo admitir que esse tempo foi decorrente do envolvimento no trabalho.

Bem, vamos ao que interessa.
O destino dessa vez foi um lugar próximo. Tão próximo que não dá para acreditar no que encontramos por lá. Simplesmente um resquício de cerrado nas mediações da região metropolitana de São Paulo, o Parque Estadual do Juquery. Situado entre os municípios de Franco da Rocha e Caieiras, o parque possui uma área de pouco mais de 2.000 km quadrados que podem ser percorridos praticamente num único dia. A principal atração é o Ovo da Pata. Ponto mais alto do parque de onde é possível ver parte da Serra da Cantareira e do Pico do Jaraguá.

A sede do parque guarda vestígios daquilo que um dia foi uma fazenda. Construções coloniais - tombadas pelo CONDEPHAAT - se misturam com as típicas instalações de Unidades de Conservação do Estado em um amplo espaço com área de lazer para família e visitantes em geral. O legal do lugar, devido ao seu tamanho, é que uma trilha pode fazer ligação com outras. Assim, decidimos iniciar a caminha até o Ovo da Pata pela trilha dos pitus no sentido do mirante. Esse mirante é uma torre de observação com 20m de altura e 4 platôs que serve como ponto de descanso e observação para os visitantes e de vigia para os guardas, devido a proximidade com a cidade e com os incêndios. Não mais do que 40 minutos são necessários para chegar até o mirante de onde é possível visualizar a entrada do parque e parte das trilhas que o recortam. Pelo caminho se vê vestígios de estruturas que antecederam ao parque como campo de futebol, pista de pouso e pista de cross. Há também dois quiosques e banheiros que funcionam como ponto de apoio ao turista. Esses construídos para o parque.
A torre serviu como um bom lugar para lanche tanto pela sombra que proporciona quanto pela vista. O guarda nos sugeriu seguir para o Ovo da Pata pela trilha da árvore solitária e seguir sentido parte baixa do parque, passando por dois lagos, um deles forma uma pequenina queda d`água em um local que ainda apresenta marcas de ocupação rural, depois seguir por uma subida com eucaliptos do lado esquerdo da trilha já retornando a área de cerrado. A subida até o Ovo pode ser feita por uma trilha mais ingrime que bifurca à direita da trilha principal ou por outra menos ingrime no sentido da trilha principal, porém mais longa devido a sinuosidade. A ideia, segundo o guarda, e que confirmamos, é evitar fazer o mesmo trajeto de ida e volta. Optamos subir pela trilha ingrime. Quero registrar que um pouco antes desse ponto ficamos sob uma forte chuva de verão e quando chegamos ao ponto mais alto o céu estava um pouco encoberto. Mas, não demorou à abrir e assim avistamos todo o entorno.
O peculiar do visual fica por conta do contraste entre a vegetação que resiste, seja pelos paredões das serras, seja pela tímida política de preservação, e a cidade que a subjuga insistentemente. De um lado se avista a Serra da Cantareira com seu contínuo rochoso a perder de vista. Do outro o Pico do Jaraguá. Tão perto que dá a impressão que se pode tocá-lo..... Essa beleza é quebrada pelos bairros carentes que se embrenham entre os morros transformando o verde num colorido sem brilho. Outro detalhe são os presídios. Franco da Rocha abriga diferentes sistemas prisionais ou de reabilitação. Do alto se vê os telhados de construções repleta de pessoas que provavelmente veem o parque por um prisma distinto do nosso... 
Como não se bastasse a dificuldade natural de tirar a ferrugem dos meses sem caminhadas, na volta antes de passar pelo campo, uma nova chuva, agora com granizo nos compeliu a se proteger nos quiosques. Após a chuva seguimos pela trilha que vai até os lagos. Um deles é bem grande e com certeza o mais bonito. Dizem que dependendo do horário é possível avistar alguns animais se banhando ou bebendo água. Aliás, embora pequeno, o parque abriga algumas espécies de animais como veado, onça parda e outras típicas de cerrado. O que denota sua importância na região. Em um dos pontos da trilha encontramos o que provavelmente venha a ser pegadas de jaguatirica.

De acordo com as informações esse trajeto feito para ir e voltar ao Ovo da Pata tem em torno de 14km.

Se estiver a fim de um passeio perto e sem gastar muito, o Parque do Juquery é um ótima opção. Vale registrar que é também um bom lugar para bikes!

Abraços e até a próxima trilha!!!