Nada mais tranquilho que passar o fim de ano com amigos em meio a natureza. Gosto muito de praia, mas, nessa época é um lugar que perde seu encanto......... Por isso fui conhecer o Parque Estadual Carlos Botelho. Parte do contínuo ecológico de Paranapiacaba, formado também pelos Parques: Intervales e PETAR e estações ecológicas, a região é conhecida por ser uma das mais preservadas do pouco que resta da Mata Atlântica. O parque é grande e possui dois núcleos .Um em São Miguel Arcanjo onde fica a sede e a outra em Sete Barras. Tivemos a oportunidade de conhecer um pouquinho dos dois locais. Há várias opções de trilhas por lá. No entanto, existe um problema, do nosso ponto de vista, quanto ao serviço de monitoria prestado. Tem poucas trilhas auto-guiadas e as pagas são cobradas por pessoa e não por grupo. Mas, a questão é o valor cobrado. Uma trilha pequena de 2 km, ida e volta, sai 10,00 por pessoa!!! E tem trilha que pode ser facilmente auto-guiada, por ser pequena e bem aberta, mas, que é cobrado o serviço. Reclamamos com um funcionário do parque e essa semana uma amiga fez queixa na Secretaria do Meio Ambiente do Estado. Esse é ainda um sério problema a ser resolvido. Parece que nos parques federais existe mais clareza nesses serviços, pois nos estaduais cada um faz o que dá..............
No primeiro dia fizemos a trilha do Rio Taquaral que tem 1,2km e é auto-guiada. O trajeto margeia o referido rio onde no final tem uma pequena prainha para banho. O entorno é muito preservado e durante o percurso é possível avistar animais o que indica a conservação local. Um amigo conseguiu identificar mais de 20 espécies de aves, avistamos também, teiu e um pequeno grupo de macaco prego da espécie Cebus nigritus. Na volta descemos a trilha da bica que também margeia o mesmo rio, porém, é necessário descer pelo trecho alto da trilha anterior. Ela é bem tranquilha e acessível a todos, por isso tem corrimão de segurança. Na verdade é possível chegar até a bica de carro pela estrada de terra que corta o parque até o núcleo sete barras, por isso é fácil encontrar bastante pessoas nadando e até fazendo churrasco por lá........ Essa estrada ainda pertence ao serviço de rodovia do estado, mas, de acordo com os funcionários a intenção é de que futuramente seja uma estrada do parque. E foi por ela que fomos no dia seguinte ao núcleo Sete Barras. São 33km de terra que corta a serra dentro do parque com alguns mirantes onde pode-se ver o Vale do Ribeira. Nesse núcleo fizemos a trilha da figueira e foi lá que ficamos mais incomodados com a questão das taxas. Quero deixar bem claro que não sou contra monitorias, pelo contrário, já fui monitor e sei da importância delas não só por segurança, informações gerais e principalmente para garantir a conservação quando se trata de unidades de conservação. Defendo uma política mais clara e que não fique a cargo de ongs ou associações apenas, mas que o gerenciamento passe também pelo setor público e que haja um discurso comum em todas as unidades, pelos menos do estado. No entanto, sabemos como o setor público age quando se trata de serviços voltados à educação e divulgação............... Digressões a parte, a trilha é uma antiga estrada usada pelo serviço de energia do estado, por isso é bem larga e de fácil acesso. A figueira no final dela é muito bonita e segundo o que dizem tem por volta de 1000 anos. Nossa vontade era de fazer passeios mais longos, mas os valores e agendamentos para trilhas maiores não permitiram. Outro fator foi que o local onde nos hospedamos possibilitava caminhadas nos limites do parque com as fazendas onde é possível avistar muitos animais. Na verdade todo o parque é muito preservado e vale a pena agendar uma das trilhas longas!!!
Essa é a primeira dica desse ano e se quiser conhecer lá se organize para as trilhas que são agendas e também se prepare para o serviço cobrado.
Até mais!!!!